quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Destino: educação


Por João Elter Borges Miranda


Poucos de nós têm uma vaga ideia do quanto é difícil a vida dos professores. É uma das profissões mais dignas e importantes da nossa sociedade. Entretanto, uma das mais maltratadas. E, na tentativa de facilitar um pouco a vida deles, pensei em mostrar a importância dos grupos de discussão (GD).
O GD é precisamente uma interação que não tem como objetivo a busca de consenso entre os participantes; o objetivo é recolher um grande leque de opiniões e pontos de vista que podem ser tratados extensivamente. Ao dar grande ênfase aos pontos de vista dos participantes e fomentar a discussão e o intercâmbio de ideias, o grupo possibilitará à socialização de conhecimento, e o aprofundamento dos temas propostos à discussão, o que dificilmente se consegue de outra maneira.
Acho que todas as escolas deviam ter GD. Professores de diferentes escolas podem formar GD por matérias e também os grupos gerais de discussão. Por exemplo, para os GD de matérias, todos os professores que ensinam os mesmos projetos, as mesmas disciplinas, irão se encontrar toda semana. Eles prepararão as aulas juntos para discutir progressos, pontos-chave, partes difíceis do ensino e introduzir novos conhecimentos.

Outra vantagem disso é que, se no grupo existe um ou vários excelentes professores, com professores medianos, o resultado será excelente. Os professores medianos farão muitos progressos. Entretanto, se todos os professores são do mesmo nível, os resultados não serão tão bons. É como cozinhar cenouras: mesmo que você as cozinhe a tarde inteira, elas continuarão a ser cenouras.

Talvez mais tarde, os professores possam tentar trazer ao seu grupo alguns jovens alunos. Sei que será muito difícil encontrar jovens interessados em conversar. Porém, essa aproximação, sem muitas formalidades, poderá criar um vínculo mais afetivo entre alunos e professores. O que, normalmente, não ocorre (devido, sobretudo, ao poder de avaliar do professor). E, claro, isso dará voz aos jovens, possibilitando que eles extravasem suas dificuldades que encontram na vida juvenil e na vida escolar.


Desse modo, ficarão evidentes para os professores certos dilemas e interesses juvenis. Por um lado está a vida juvenil, pessoal, própria, onde as vivências com os amigos e/ou colegas dentro e fora do espaço escolar, os tempos livres, os convívios, os afetos e, por outro, a vida escolar com seus matizes pedagógicos, profissionais e organizacionais. Talvez com muita discussão, ambos os lados encontrarão juntos medidas cabíveis que trarão o fim às dificuldades de união entre o que é do foro juvenil e o que diz respeito às aprendizagens e ao currículo escolar.

A ideia é que todos os professores estejam envolvidos em algum GD. Mesmo que apenas uma hora por semana. Mas por ano, serão quantas horas? Em dez anos, quantas horas? Com certeza todo esse trabalho será muito produtivo. E os professores também podem escrever seus próprios artigos. Nos seus artigos, eles refletem as suas experiências como professores. Depois de escreverem, eles poderão ler nos seus grupos. Assim seu conhecimento e experiência serão compartilhados com os outros.



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Cachoeira Alta em 1966


Por Irineu Moreira da Costa

Cachoeira Alta, em 1966, ano em que me fiz mais um cachoeiraltense era ainda um lugar pequeno e encravado na roça. Porém, mesmo em que pese a sua rusticidade da época, foi um encanto para mim. Fez parte do meu passado, hoje de saudosas lembranças em minha memória. A atividade econômica predominante era a rural, ressalvados pequenos comerciantes e prestadores de serviços. Lembro-me que no início de 1966 a tão sonhada comarca ainda estava por instalar. Por isso, a referida comarca continuava sendo Rio Verde.

A pacata e estimada corrutela, ao que me lembro, tinha apenas três ruas paralelas principais: Cruzeiro do Sul (nos fundos), Belo Horizonte (no meio) e São Paulo (a mais de cima). Não havia calçamentos e, por isso, lama e poeira se alternavam. Tudo ali era muito primitivo, pois, não havia televisão, telefone, água tratada e energia elétrica, salvo a gerada por um motor diesel que era ligado do anoitecer até as 22 horas. Lembro-me muito do funcionário conhecido por "Ticreca", o qual ligava e desligava o motor gerador da energia. Antes de desligar o motor Ticreca dava alguns "piscados" nas lâmpadas a fim de avisar que no terceiro e último piscado o motor seria desligado. Por isso, era intenso o uso de lanternas nas escuras ruas da cidade. 

Roberto Carlos nos anos 60
Aparelhos de alto-falantes emitiam sons roucos e engasgados nos pequenos circos e parques, quase sempre rodando o disco da música "Calhambeque", do então jovem e cabeludo Roberto Carlos. Todos se conheciam. Sem entretenimento noturno, como a televisão, por exemplo, as pessoas saíam para as calçadas e praças, onde gostosas conversas rolavam soltas e animadas. Era um tempo muito bom! Existia a figura do padeiro que, quase sempre de carroça de tração animal equipada com uma buzina, deixava os pães nos alpendres e portas das casas no amanhecer do dia, quando os moradores ainda dormiam. O padeiro, quase sempre, recebia no final do mês.


Calçamento da Av. Presidente Vargas em 1964
 Antes da instalação de energia elétrica e de água tratada na cidade, era comum o uso de cisternas e de banhos tomados com água aquecida nos fogões de lenha. Um dos primeiros passos rumo ao desenvolvimento foi o calçamento de pedras nas ruas principais. Depois veio a energia elétrica na gestão do Prefeito Gil Barbosa de Freitas, fato que fez mudar os costumes da população, já que passaram a usar os primeiros utensílios elétricos, como geladeiras, enceradeira e outros. 

Ainda na gestão do Prefeito Gil foi dado outro passo: a instalação de um sistema telefônico de uso local muito simples, porém uma novidade para a época. Consistia ele em linhas telefônicas ligadas a uma pequena central de atendimento, onde uma "telefonista" completava as ligações. As ligações eram feitas da seguinte maneira: o proprietário pegava o seu negão (aparelho telefônico grandalhão e preto) e colocava-o no ouvido. Com isso, um sinal aparecia na pequena central, quando, então, a telefonista atendia dizendo: "Centro!". O autor da ligação solicitava: "Ligue para o número tal!". A seguir, o solicitante da ligação ouvia um barulho estridente do cabo sendo enfiado pela telefonista na tomada do telefone objeto da ligação. Completava-se, assim, a chamada telefônica.

Como todos se conheciam, era comum o autor da ligação dizer à telefonista: "Liga na casa de fulano", sem, contudo, fornecer-lhe o número do telefone. Ou, ainda, ao ligar na própria residência, o autor da ligação apenas dizia: "Lá em casa!". A telefonista conhecia todo mundo pela voz, bem como tinha na cabeça, de cor e salteado, todos os números dos telefones. Assim, começou Cachoeira Alta a caminhar rumo ao progresso. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O bem amado

Por João Elter Borges Miranda


A minha contribuição para o projeto
Cachoeira Alta tem Histórias”. Um causo da época que eu trabalhava no mercadinho da minha família.
Quem trabalha (ou não) no comércio, sabe a loucura que é a época natalina. Todo mundo quer ser atendido ao mesmo tempo. todo mundo deixa a paciência em casa e corre pro varejo. êêê. pois bem, a cena a seguir ocorreu um dia antes do natal, ou seja, quando o caos imperava.

freguesa (em um só fôlego): Boa tarde, moço.  Eu gostaria de dar um presente para o meu futuro namorado ("futuro namorado"). é, a gente ainda não ficou ("a gente ainda não ficou"), mas é que eu estou investindo na relação... ("estou investindo na relação").

eu (respirando fundo): hm. sei.

(freguesa pega um chapéu de cowboy, uma corda e preservativos)

freguesa (com uma cara de ?): dá a entender que sou uma namorada descolada ("descolada") se eu der isso para ele?

eu (sentindo uma pontada na cabeça): hm. sim.

(satisfeita com a resposta, freguesa decide, imediatamente, levar tudo)

freguesa (ansiosa e pulando): obrigada, você me ajudou bastante!

eu (praticando a paciência budista): hm. de nada.

cai o pano.

Sabe o tipo de conversa que você só consegue prestar atenção em alguns trechos de tão absurdos que são? daí, quando a pessoa pergunta a sua opinião, você não encontra outro tipo de resposta que não seja "hm" porque aqueles pedaços marcantes continuam ecoando na sua cabeça? pois é.


O cão na matemática

Por Irineu Moreira da Costa

Escolas Reunidas Astolfo Leão Borges (Escola Municipal).
Construída no início dos anos 50.


Eu estudei aí. Comecei em 1966. Lembro-me dos nomes de alguns professores, como Eduardo Yamada, Padre Eduardo, Padre Pedro, Euripedes Fratari Junqueira, conhecido por Nenê do Juquinha, algumas freiras e outros. O Diretor era o Sr. Quintiliano Leão Neto, vulgo Chanicão, que também era professor de matemática. Naquela época ele (Sr. Quintiliano ou Chanicão) já era homem idoso, porém enérgico, irônico, e tinha voz firme. 

Os meus colegas de classe diziam que o diretor era "um cão na matemática", já que sabia tudo de cor. Realmente, o diretor Chanicão era bom na matemática. Ele tinha o costume de passar várias questões de adição e subtração de frações ordinárias que eram situações criadas por ele no momento. Quando terminava de passar as questões já dava o resultado na hora sem fazer nenhum cálculo. Talvez para impressionar, ele ainda dizia com voz firme e compassada: "se não der a resposta que eu disse engulo esse quadro sem beber água!".

Os alunos gastavam um bom tempo fazendo os cálculos. Chegavam a preencher de uma a duas páginas do caderno. O resultado era o anunciado previamente por ele. Os alunos ficavam impressionados e diziam que o diretor era mesmo "um cão na matemática".

Numa determinada aula descobri o segredo, ou seja, o recurso que ele usava para dar uma resposta antecipada. Na medida em que ele escrevia no quadro as questões matemáticas ia também calculando mentalmente. Por isso, ele tinha o cuidado de escrever frações mais fáceis de calcular, como se vê do exemplo a seguir: 2/4 (dois quartos) mais 3/6 (três sextos), mais 2/1 (dois sobre um), menos 1/2 (um sobre dois, ou um meio), é igual a 2 1/2 (dois inteiros e um meio).

Agora, para você entender melhor, vamos fazer os cálculos mentalmente, do exemplo acima: Ora, 2/4 + 3/6 = 1, porque 2/4 é a metade de um inteiro, assim como 3/6 também é pelo fato de o numerador ser a metade do denominador. Prosseguindo, temos 2/1 que equivale a dois inteiros, com mais 1 da primeira soma, encontramos o valor de 3/1 (três sobre um ou três inteiros). Estes 3/1 (três sobre um ou três inteiros) menos 1/2 (um meio), a resposta será 2 1/2, ou seja, (dois inteiros e um meio).

Parece complicado mas não é. Descobri este ardil do famoso matemático ao observá-lo com interesse. Foi aí que eu, para impressionar os colegas, disse-lhes: "Eu também sou capaz de antecipar a resposta. Vejam: tanto mais tanto, menos tanto e mais tantos inteiros é igual a tanto. Se não der, eu também engulo o quadro sem beber água!". Os colegas duvidaram: "Essa proeza só o Chanicão pode fazer!". Nesse momento eu disse aos colegas: "Façam os cálculos, minha gente!" Após os cálculos a resposta foi exatamente a que eu havia previsto. Meus colegas ficaram espantados comigo e me crivaram de perguntas.

Dengue em FOCO

                                                       

A dengue é uma febre viral transmitida pelo mosquito aedes aegypti (foto acima). Em sua forma mais branda, a doença afeta cerca de 50 milhões de pessoas a cada ano.  Não há tratamento preventivo – não existe vacina – nem tratamento curativo específico para a dengue. A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.


Dicas para combater o mosquito e os focos de larvas
























Aprenda a fazer uma armadilha para combater o mosquito da dengue




Criada por um professor do Rio de Janeiro, a mosquitérica é um dispositivo feito com garrafa pet e que tem como função aprisionar o mosquito da dengue. O dispositivo foi utilizado em uma pesquisa do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) aplicada em quatro cidades da região.

Funcionamento da mosquitérica: 
Ao lixar o funil da armadilha, a superfície áspera propicia o aumento da evaporação, atraindo as fêmeas do mosquito. Estas colocam os ovos um pouco acima da linha da água. Ao chover ou quando se adiciona mais água à armadilha, os ovos são hidratados e deles eclodem as larvas que passam pelo microtule para o interior da armadilha em busca de alimento (microrganismos na água). As larvas vão se desenvolver e não retornarão para o meio externo, pois não conseguem mais passar pelo microtule. Importante saber: A mosquitérica foi criada pelo Prof. Maulori Cabral e a equipe da UFRJ. Esta armadilha captura vários tipos de mosquitos e representa uma forma barata e ecologicamente correta de se controlar a proliferação destes insetos.



Recomendações: 
Monitoramento
Observar:
- Se a armadilha está em local fresco e sombreado;
- Se o copo e o funil (partes da garrafa) estão bem vedados;
- Diariamente checar o nível da água e completar até a marca indicada pela tirinha de fita isolante;
- O estado de conservação do microtule;
- Se as larvas presas na mosquitérica são do Aedes aegypti. Para isso, utilize o foco de luz de uma lanterna e ilumine as larvas;




domingo, 20 de janeiro de 2013

Conte sua história


Qual é a sua história? Aqui é o espaço para você contar histórias do seu cotidiano, recentes ou de tempos atrás. Sejam elas tristes, felizes, surpreendentes ou simplesmente lembranças.

O Blog está desenvolvendo o projeto “Cachoeira Alta tem Histórias”, e quer ouvir você, o grande protagonista dessas conquistas, que nos deram identidade e fazem de nossa cidade uma cidade boa de se viver.

O objetivo é resgatar a memória do cotidiano da cidade e aumentar a auto-estima do cachoeiraltense, revelando sua beleza através de lugares, fatos, cheiros, sons, romances...

Histórias de ontem, histórias de hoje. Afinal, esta é uma cidade feita por você, morador – cachoeiraltense ou não. Se você tem uma boa história, fato curioso, lembrança da cidade, de agora ou de muitos anos, conte aqui ela. História de familiares, amigos, da sua rua, seu bairro ou de um algum lugar da cidade que lhe marcou. Caso queira, ela pode ser acompanhada por uma foto. 

Envie sua história para nossa página no facebook. Ou para o email joaoelter@hotmail.com. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Hidrografia


                                                                                                 Por: Priscilla Cavalcante



O município de Cachoeira Alta é banhado por rios, córregos, ribeirões além de ser privilegiado com inúmeras cachoeiras.
Quando comecei a ler sobre eles, achei interessante os nomes que encontrei, e fiquei a pensar donde veio a tal inspiração para que surgissem de repente esses nomes. Inspiração, aliás, é uma coisa engraçada,não se sabe onde ela mora, só se sabe que ela nos visita às vezes e quando se vai, deixa sempre suas pegadas como recordação.
Mas, no caso dos rios, alguém inspirou-se num momento qualquer, e saiu dando nomes a eles, ou apenas achou aquele rio clarinho, o outro mais pretinho, achou que um tinha a água mais doce, o outro deixava a gente mais alegre...e então vez ou outra mandava que o menino buscasse água no rio clarinho até que assim todos ficaram conhecendo-o como Rio Claro,por exemplo?
Bem...não sei. São fatos que não vêm ao caso já que estão todos nomeados.
Agora deixo-vos a contemplar os nomes, e a imaginar um pouco sobre suas histórias, pois, acredito que já estão todos sedentos de tanta curiosidade.

Rios (4)


Rio Claro
Rio Doce
Rio Preto
Rio Alegre

Córregos (40)

Roncador
Rochedo
Furna
Cabeceira Seca
Sapé
Domingão
Bebedouro
Galinha
Cachoeira Alta
Coqueiros
Sucuri
Onça
Boa Vista
Engano
São João
Papudo
Capim
Pontezinha
Lagoa
Pirapitinga
Pedra
Branca Furnão
Cobras
Três Barras
São Romão
Caju
Buriti
Cachoeirinha
Pesqueiro
João Pinto
São Domingos
Relógio
Maroto
Estiva
Retiro
Furna
Barriguda
Fartura
Saltador
Servo

Ribeirões (05)

Dos Paulas
São João
Matriz
Cachoeira Alta
Bálsamo

Cachoeiras (inúmeras)

Boqueirão
Córrego da Cachoeira
Alegre e outras

Sabe o porquê, de algum destes nomes ? Conte-nos aqui, deixando seu comentário ....

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Símbolos - Bandeira e Escudo




Símbolos

O município de cachoeira Alta possui dois símbolos que o representam. São eles: A Bandeira e o Escudo.


Bandeira

Foi criada pelo prefeito Gil Barbosa de Freitas com o auxílio da primeira-dama Benedita Jorge José, na Adm. 1966/1970.
Tem a forma retangular,com 17 listras horizontais. Sendo elas 05 listras azuis,04 listras vermelhas e 08 listras (mais estreitas0 brancas. Estas cores representam cores usadas na época pela administração do supracitado prefeito.
Possui um retângulo branco no ângulo superior esquerdo, contendo nele o Escudo do Município.




Escudo


Escudo: é a peça onde se representa os Brasões da nobreza.

Brasão: é o conjunto de peças, figuras ou ornatos dispostos no campo do escudo ou fora dele,e que representam armas de uma nação, família, corporação ou cidade.
Na parte superior aparece em destaque as indústrias,mostrando a grande importância que exerce sobre o desenvolvimento de um município.
O espécime bovino que se vê à direita representou a nossa principal produção pecuária até a chegada de uma usina de álcool em Caçu, próxima à ponte Texeira Lott e que está mudando esta criação bovina para plantio de cana em nosso município e adjacências. Os pés de milho que aparecem na lateral esquerda representam a nossa agricultura. Na parte inferior do escudo aparece o nome de Cachoeira Alta e a data de sua emancipação política (24/09/1953).








Extraído da revista: Cachoeira Alta-GOIÁS, "Sua história, serras, águas, cristais...e seus administradores"

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Como incentivar crianças, jovens e adultos a lerem?

por João Elter Borges Miranda



Quais são os benefícios da leitura? Como incentivar crianças, jovens e adultos a lerem? Para essas e outras dúvidas dentro do assunto em questão existem muitos artigos na internet. Eu resumi alguns deles para vocês. Sintam-se à vontade para acrescentar algo, comentando este post.

Quais são os benefícios da leitura?


1) Solta a imaginação.
2) Estimula a criatividade.
3) Aumenta o vocabulário.
4) Facilita a escrita.
6) Ajuda na vida profissional.
7) Melhora a comunicação com os outros.
8) Amplia o conhecimento geral.
9) Liga o senso crítico na tomada.
10) Eleva a auto-estima.
11) Constrói sonhos e nos empurra à realização.
12) É possível experimentar com a leitura, sem de fato experimentar fisicamente.


Como despertar nas crianças o hábito de ler?


1) Pais que leem servem de exemplo ao filho. O melhor estímulo que os pais podem oferecer à criança - e que pode ser o principal é o exemplo. Crianças que veem os pais lendo, que percebem que os pais têm prazer ao ler, são crianças mais interessadas em leitura do que as filhas de pais que não leem e não gostam de ler. Lembre-se que elas  gostam de copiar. Que é sua forma de aprender. Se elas notam que você gosta de ler provavelmente farão o mesmo. É necessário estar convencido de que a leitura deve ser empregada como uma forma mais de diversão e não como uma obrigação.  Portanto, os livros não devem ser introduzidos no cotidiano da criança só quando ela está aprendendo a ler ou somente quando entra na escola. No princípio, trate de dar preferência aos livros ilustrados, com poucas palavras, e faça com que seu filho o toque, o acaricie, cheire, e tenha todo tipo de contato com ele. Ler para o filho estreita o vínculo familiar. Afinal, trata-se de uma experiência compartilhada. Lendo, você ri e se emociona, mostra à criança seu lado humano e capta os sentimentos dela. 

2)  Quando ficam um pouquinho maiores, o ideal é ler em voz alta, seguindo sempre as estórias do livro. Dê importância especial ao tempo que dedica para tomar seus filhos nos braços e compartilhar com eles o prazer de ler um conto, longe das distrações da televisão. Compartilhar uma história já é uma forma de leitura. O fato de a criança ainda não saber ler convencionalmente não significa que não possa presenciar das mais variadas situações de leitura. Nesta situação, o adulto é um mediador entre a criança e o livro, ou seja, é ele quem lê para ela, de preferência com entonação e emoção. Neste momento, o que interessa é o prazer pela leitura e o afeto que envolve o momento. Muitos dos livros para crianças em fase de pré-alfabetização são verdadeiros brinquedos. Coloridos e dobráveis, eles são muito lúdicos, o que estimula o gosto pelos livros. Desde pequenas, as crianças devem se sentir motivadas a ler. Elas precisam perceber a leitura como um desafio interessante e prazeroso.
3) Quando seu filho já está numa idade em que consiga estar mais quieto nos lugares fechados, leve-o para visitar uma biblioteca. A criança, quando se familiariza com os livros, aprende a manuseá-los, está construindo uma amizade, um laço com a leitura. Sentir-se-á mais próxima ao lugar e desejará voltar muitas vezes para escolher o livro que quiser. Encoraje seus filhos e sobrinhos a buscarem que livros gostariam de folhear, que revista lhe chamam mais a atenção

4) Ajude-os a criarem metas individuais de número de páginas a serem lidas ao longo da semana, seguindo sempre o próprio ritmo da criança ou do jovem.
5) Outra forma de estimular o interesse da criança pelos livros é converter um livro em um prêmio. Cada vez que tiver que premiar seu filho por algo importante, presenteie um livro sobre o seu assunto favorito.

6) Participe da leitura. Quando seu filho terminar de ler o conto, peça-lhe que lhe conte algo que aconteceu com algum personagem, ou inclusive faça com que seu filho adivinhe o que passará no final. Aproveite para fazer comentários sobre as situações boas e más, e fazer comparações de um pedaço da estória com suas experiências, como “o que você faria no lugar dele?” “Será que isso vai acontecer com a gente algum dia?”. Comece a participar e a imaginar finais diferentes, e a viver várias sensações rindo, emocionando-se, e não deixe de surpreendê-los com novos contos. Enfim, comente sempre o livro com ele. Incentive-o a falar da história e contá-la para outras pessoas.

7) Ajude seu filho a formar sua própria biblioteca. É uma boa ideia estimular as crianças a formarem suas próprias bibliotecas que podem ser compartilhadas com seus irmãos e amigos e a colaborar, sempre que possível, com a biblioteca da escola. Comentar uma determinada leitura com outras crianças pode ser uma atividade interessante, da qual podem surgir novos interesses que levem, por sua vez, a novas leituras.

8) Procure fazer com que a criança acumule experiências que a motivem a ler. Ajudar a criança a acumular experiências relacionadas à leitura a motivará a seguir em frente. Por exemplo, se a criança ver num programa de televisão um livro famoso ser mencionado, seria interessante dar-lhe de presente esse livro.

9) Escolha uma hora bem calma. Com as crianças, nós sabemos que há “horas calmas” e “horas agitadas”. Procure um lugar e uma hora calmos e sente-se com um livro.

10) Se ele pronunciar uma palavra errada, não interrompa imediatamente. Ao invés disso, dê a oportunidade para autocorreção. É melhor ensinar algumas palavras desconhecidas para manter o fluxo e o entendimento da frase do que insistir em fazê-lo pronunciar o som exato das letras.

Como despertar nos jovens o hábito de ler?


Os professores e pais sabem o quanto é complicado e quase impossível fazer com que os jovens leiam. Para resolver isso eu recomendaria primeiramente descobrir o assunto que é de interesse deles. Posteriormente, faça uma aliança com esses tais interesses. Como? Pesquise sobre o que ele goste, e quando já estiver inteirado sobre o assunto, faça perguntas e também afirmações. Nesses momentos aproveite para mostrar algum livro e/ou revista sobre o assunto em questão. E, claro, informe os professores deles sobre o tal assunto. Por quê? Primeiro, porque os professores da escola têm um tempo limitado e raramente poderão descobrir isso. Segundo, porque só conhecendo bem o jovem que o professor saberá quais livros terá que escolher para trabalhar com eles. E depois levá-los a leitura de clássicos.


Infelizmente a escola, muitas vezes, distorce a leitura impondo aos jovens o dever de cumprir artificialismos, como por exemplo: fazer resumos ou preencher fichas após a leitura de um romance ou conto, utilizar a leitura como pretexto para trabalhar questões estruturais da língua, responder questionários imensos sobre o texto lido. Assim, o jovem não lê para melhor compreender a vida, mas para cumprir os artificialismos e pretextos impostos pela escola. Essa maneira burocrática, descontextualizada e sem nenhum significado para eles atualmente usada pela maioria das escolas deve ser urgentemente esquecida.

Outro grande problema é que os jovens preferem ficar na internet, conversar com amigos nos programas de bate papo, ficar até altas horas em festas do que ler um livro ou qualquer outra coisa que contenha boas informações. E é pensando nisso que o site LivroClip (www.livroclip.com.br), com uma série de curtas animados com curiosas combinações - com duração de cinco minutos cada - visa atrair eles para a leitura de clássicos. Os filminhos, produzidos em animação, são simples, mas bem feitos, e contam um pouco da vida e da obra do autor retratado, destacando aspectos próximos do dia-a-dia dos jovens. Para aumentar o apelo junto ao público alvo, os desenhos ganham a trilha sonora de cantores e bandas populares entre eles.

Outra maneira interessante que não beira a força de atração da internet, mas chega perto, são reportagens sobre jovens e acontecimentos do dia a dia deles. E também coisas interessantes que acontecem no mundo a fora. Revistas como superinteressante e mundo estranho trazem muito disso. Jovens gostam de ler coisas atrativas. Pense como eles que você encontrará a resposta

Como despertar nos adultos o hábito de ler?


Missão espinhosa? Sem dúvida. Porém, não é impossível. Mais do que a possibilidade de se desligar do mundo real e embarcar no enredo de uma bela obra literária, é necessário dar ao adulto a dimensão de que ler é uma experiência de múltiplas faces: ela pode mudar a vida dele e ajudá-lo em conquistas palpáveis, seja o ingresso numa boa universidade ou um simples bate-papo, mais animado e inteligente, na mesa de um bar. Também é preciso facilitar ao máximo o acesso dele ao livro, pois a vida adulta geralmente pressupõe trabalho, falta de tempo, cansaço e pouca disposição para qualquer assunto que não seja "urgente". O segredo é transformar esses supostos impedimentos em motivos para colocar a leitura na pauta do dia a dia. Mostre que ler pode ser, por exemplo, o jeito mais divertido de encurtar o trajeto entre a casa e o trabalho, ou de enfrentar uma longa fila no banco. E, quanto mais próximos os livros estiverem, melhor. Tanto faz se a biblioteca fica numa casa da vizinhança, no caminho para o serviço ou no próprio ambiente de trabalho.


Quando começar a ler para meu filho?


O quanto antes. O bebê, mesmo dentro da barriga, sente e escuta a voz da mamãe. Uma mamãe que conta histórias para o seu filhote durante a gestação oferece uma experiência que pode ser levada para toda a vida se for sempre estimulada. Depois do nascimento, a mamãe, ou mesmo o papai, deve continuar a contar histórias para o seu pequeno. A partir do momento em que o pequeno começa a pegar objetos e a brincar, brincadeiras com livros já podem ser introduzidas no cotidiano da criança. O segredo nesta idade é fazer com que o bebê veja o livro como mais um brinquedo, com o qual poderá aprender, crescer, descobrir, criar fantasias, e ouvir muitas histórias interessantes e encantadoras. Você sabia que à hora do banho é uma boa oportunidade para seu bebê se acostumar com livros? Pois é. Existem livros de plástico ideal para essa hora. Como o banho é muito prazeroso para a criança, esta poderá associar o livro a um evento gostoso. Se a leitura for estimulada desde pequenino, o manuseio do livro para essas crianças já será comum.


Como escolher um livro para meu filho?


Muitas crianças são resistentes a leitura. Os livros ilustrados ajudam muito a atrair o interesse deles. É importante atentar para a adequação entre a idade da criança e a faixa etária indicada no próprio livro. Indicações de parentes, amigos e principalmente, educadores, ajudam - e muito. Busque sempre livros com temas atraentes e linguagem adequada para cada idade. Tomando o cuidado, claro, de escolher obras que proponham algum tipo de reflexão e que sejam bem escritas. Cuidado para não forçar a barra - nunca obrigue a leitura nem indique obras impróprias para a sua faixa etária. Se começarmos exigindo que eles leiam livros mais sérios e pesados, podemos perder o leitor. E é importante também variar sempre. Lembre que as crianças precisam experimentar vários materiais de leitura. Por exemplo, livros só de figuras, quadrinhos, revistas, poemas e até os jornais (mostre a ele a parte com palavras cruzadas e, claro, as tirinhas e charges).

Quanto tempo eu devo ler para meu filho?


A Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation, www.readingfoundation.org), que reúne instituições voltadas à disseminação da leitura, tem um slogan que diz muito em poucas palavras: "Leia com uma criança. São os 20 minutos mais importantes de seu dia". Ou seja, não é preciso ler por muito tempo, mas é importante inserir a leitura na rotina da criança e da família. Pratique regularmente. É importante que seja todos os dias da semana. Pouco, mas frequentemente é a melhor estratégia. Os professores da escola têm um tempo limitado para ajudar individualmente a leitura dos alunos.


Eu não tenho dinheiro para comprar livros. O que faço?


Segundo dados do IBGE, 85% dos nossos municípios possuem bibliotecas públicas e bem equipadas! Acostume-se a frequentá-las com o seu filho e mostre quanta coisa interessante ele pode descobrir com os livros.