quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Destino: educação


Por João Elter Borges Miranda


Poucos de nós têm uma vaga ideia do quanto é difícil a vida dos professores. É uma das profissões mais dignas e importantes da nossa sociedade. Entretanto, uma das mais maltratadas. E, na tentativa de facilitar um pouco a vida deles, pensei em mostrar a importância dos grupos de discussão (GD).
O GD é precisamente uma interação que não tem como objetivo a busca de consenso entre os participantes; o objetivo é recolher um grande leque de opiniões e pontos de vista que podem ser tratados extensivamente. Ao dar grande ênfase aos pontos de vista dos participantes e fomentar a discussão e o intercâmbio de ideias, o grupo possibilitará à socialização de conhecimento, e o aprofundamento dos temas propostos à discussão, o que dificilmente se consegue de outra maneira.
Acho que todas as escolas deviam ter GD. Professores de diferentes escolas podem formar GD por matérias e também os grupos gerais de discussão. Por exemplo, para os GD de matérias, todos os professores que ensinam os mesmos projetos, as mesmas disciplinas, irão se encontrar toda semana. Eles prepararão as aulas juntos para discutir progressos, pontos-chave, partes difíceis do ensino e introduzir novos conhecimentos.

Outra vantagem disso é que, se no grupo existe um ou vários excelentes professores, com professores medianos, o resultado será excelente. Os professores medianos farão muitos progressos. Entretanto, se todos os professores são do mesmo nível, os resultados não serão tão bons. É como cozinhar cenouras: mesmo que você as cozinhe a tarde inteira, elas continuarão a ser cenouras.

Talvez mais tarde, os professores possam tentar trazer ao seu grupo alguns jovens alunos. Sei que será muito difícil encontrar jovens interessados em conversar. Porém, essa aproximação, sem muitas formalidades, poderá criar um vínculo mais afetivo entre alunos e professores. O que, normalmente, não ocorre (devido, sobretudo, ao poder de avaliar do professor). E, claro, isso dará voz aos jovens, possibilitando que eles extravasem suas dificuldades que encontram na vida juvenil e na vida escolar.


Desse modo, ficarão evidentes para os professores certos dilemas e interesses juvenis. Por um lado está a vida juvenil, pessoal, própria, onde as vivências com os amigos e/ou colegas dentro e fora do espaço escolar, os tempos livres, os convívios, os afetos e, por outro, a vida escolar com seus matizes pedagógicos, profissionais e organizacionais. Talvez com muita discussão, ambos os lados encontrarão juntos medidas cabíveis que trarão o fim às dificuldades de união entre o que é do foro juvenil e o que diz respeito às aprendizagens e ao currículo escolar.

A ideia é que todos os professores estejam envolvidos em algum GD. Mesmo que apenas uma hora por semana. Mas por ano, serão quantas horas? Em dez anos, quantas horas? Com certeza todo esse trabalho será muito produtivo. E os professores também podem escrever seus próprios artigos. Nos seus artigos, eles refletem as suas experiências como professores. Depois de escreverem, eles poderão ler nos seus grupos. Assim seu conhecimento e experiência serão compartilhados com os outros.



Um comentário:

  1. ps: depois de analisar a atual conjuntura da educação brasileira, mesmo que superficialmente, qualquer um verá que essa ideia, apesar de boa, infelizmente pouco irá contribuir para facilitar o trabalho dos professores.

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